quinta-feira, 22 de abril de 2010

De quem é a culpa?

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L. Rogério

Desde que Adão passou a bola pra Eva, que por sua vez repassou
para a serpente, o homem tem o péssimo hábito de passar a culpa
adiante.



Meu sobrinho Vinícius ainda mal fala as palavras corretamente, mas
quando o caldo entorna, já sabe apontar pro irmão e dizer: "Foi o Biel!".

O grupo de louvor está passando por momentos difíceis? O louvor não
está fluindo? Estão brigando entre si? Culpa do diabo! Perdeu a chave...
Não encontra os óculos? Foi o capiroto! Conta negativa? É o encosto!
A balança entortou quando você subiu!? Adivinha... Encosto! E dos
pesados!

Já cheguei a conclusão que em muitas igrejas o diabo não precisa se
preocupar em colocar discórdia entre os ditos irmãos. Aliás, quando
alguém diz que o inimigo está atuando para separar tal grupo, tenho
certeza que o infeliz diz: "Eu??? Não me coloca no rolo! Não tive nada
a ver com isso!".

A verdade é que a maioria dos problemas das igrejas seriam resolvidos
com um pouco de educação e bom senso. É verdade também que não
podemos subestimar a atuação do diabo e suas hostes, embora alguns
super-crentes o chamem pra batalha e digam que não têm medo de nada,
ainda sou mais propenso a Judas 9:

"Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando
com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa
contra ele, mas disse: 'O Senhor o repreenda'"

Quando os 72 discípulos enviados por Jesus voltaram de sua missão,
voltaram rejubilantes porque haviam expulsado os demônios. Porém,
Jesus lhes disse: "...alegrem-se, não porque os espíritos se submetem
a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus" (Lc. 10.20).

É tempo de deixar de lado as tais "batalhas espirituais" e refletir sobre
as responsabilidades de nossas mazelas. Tem muita gente buscando
armas espirituais para combater o inferno num verdadeiro Star Wars
Evangélico
, mas que ainda não aprendeu a respeitar o descanso do
vizinho, apagar a luz ao sair de um ambiente ou a realmente pagar uma
TV a cabo ao invés de puxar uma "extensão" do poste.

Quando Jesus nos convida a seguir-Lhe, não deixa dúvidas quanto aos
principais requisitos do chamado: "Se alguém quiser acompanhar-me,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!" (Mc. 8.34). Perceba
que no imperativo dos três verbos não há menção do inimigo de nossas
almas ou de qualquer terceiro na história. Concluo que meu maior
inimigo
sou eu mesmo!

Negar a si mesmo é o maior desafio de nossa era. Tudo é feito para
satisfazer nosso eu. E se alguém já pensa em repassar a responsabilidade
pro Diabo, lembre-se que o maior propagador da satisfação pessoal aqui
na terra é o tal evangelho da prosperidade. Se bem que esse talvez tenha
mesmo uma mãozinha do cão (rs).

Que possamos hoje mesmo, em nome de Jesus, assumir nossas
responsabilidades para com o Reino de Deus e para com a vida,
afinal, quem tem posto a mão no arado e olha para trás não é apto
para a obra do Senhor.



Dany & Roger Blog Via Genizah

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