segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PROJETANDO 2011

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Juventude, Amor e Mudança

Juventude, Amor e Mudança:

Aprendendo com o fim para transformar o presente



[...] Em verdade vos digo que,

sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos,

mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizeste. (Mateus 25:40)

O cristianismo da moda nos ensinou, direta ou indiretamente, que uma vida cristã só vale a pena quando Deus nos abençoa com coisas. Como filhos do Rei, devemos desfrutar de todas as benesses materiais da vida. Por isso, é preciso determinar, tomar posse, encostar Deus contra a parede, pois a presença divina se manifesta em “sinais” claros de riqueza, luxo e fama. Se não houver nada disso, não serei nada daquilo que se declara nos púlpitos.

Outro ensinamento que interiorizamos é a concepção de que tudo está bem quando freqüentamos todas as reuniões da igreja, quando somos vistos por todos, quando nossa piedade é explicitamente presente entre os olhares daqueles que nos cercam. O que importa aqui é a quantificação dos meus atos autojustificadores como uma condição salvívica do contrato que fiz com Deus: vale quantas vezes oro por dia, se freqüento assiduamente os cultos dominicais, o quanto sei a respeito dos dogmas da igreja etc.

Sem falar também que esse tipo de cristianismo produz crentes alienados e desconectados da realidade humana. Muitos se embrenham na busca por experiências metafísicas mirabolantes como se Deus estivesse somente do lado de lá. O nosso próprio comportamento prova essas abstrações. Assim, acabamos afirmando categoricamente a superioridade da religiosidade sobre as necessidades da humanidade. Se o lado de lá é melhor do que o de cá, logo não é preciso se preocupar com o ser humano que está precisando de mim nessa dimensão.

De uma maneira ou de outra, reproduzimos em nossa vida tais ensinamentos e concepções e acabamos definindo o que vale e o que não vale a pena na caminhada da existência. O ter em detrimento do ser, a aparência em vez do conteúdo e o domínio da desconexão da realidade sobre o comprometimento em servir pessoas reais.

O texto de Mateus 25:31-46, que relata o Grande Julgamento nos mostra ensinamentos completamente diferentes. O texto nos instiga a começar do final para determinar o que é precioso para a vida cristã e isso na ótica do próprio Deus. Naquele dia não seremos argüidos a respeito da nossa conta bancária, dos “sinais” comprobatórios de sua presença conosco. As barganhas e os contratos que fizemos não terão nenhum valor diante Dele. Da mesma forma, não seremos questionados sobre nossa assiduidade nas reuniões eclesiais. O clube chamado “igreja” perderá o seu status e seu valor social. As nossas “viagens” espirituais perderão também sua validade. As abstrações darão lugar a concretude de nossos atos de amor ou de omissão. O Grande Julgamento será o julgamento do amor, pois as profecias serão aniquiladas, as línguas cessarão e a ciência desaparecerá (conf. I Co 13:8). O amor será a nossa testemunha naquele grande dia, para o bem ou para o mal.

Jesus se apresenta como o grande beneficiado de nossas ações de misericórdia. Ele mesmo diz que quando suprimos a necessidade de alguém, seja ela de qualquer ordem, isto fazemos para o benéfico dele mesmo. Ao fazermos algo em favor de alguém fazemos para Jesus. A mesma lógica serve para provar a ação contrária; se me nego a fazer o bem concreto a alguém, estou dizendo não ao pedido necessitado do Senhor. Assim, serei julgado pelo bem ou pelo mal que fiz ao próximo. E muitos podem questionar: mas nunca fiz mal a ninguém! Mas a omissão também conta, pois não é suficiente saber sobre o bem, é preciso concretizá-lo em atos de misericórdia!

E o que isso tem a ver com a nossa mocidade? Qual a relação dessa palavra com a reestruturação de nossa identidade enquanto UMP? Podemos aplicar essa verdade ao nosso projeto para o ano que vem e para nossas vidas particulares? Podemos aprender muitas coisas com esse texto, as possibilidades são infinitas. Mas três dimensões aqui são importantíssimas para nossa caminhada enquanto membros desse corpo.

1 – Ação intra-eclesial: Devemos ser um núcleo de transformação das relações. O que importa não é o que o outro pode me dar, mas sim, o que posso dar a ele. Qual benefício pode ser feito em seu favor? O verdadeiro avivamento começa quando o amor é priorizado em nossas relações. Esse é o caminho sobremodo excelente! A revolução que precisamos é a do coração, que trás o Deus Real para conviver com as realidades diversas da natureza humana através de atos simples em favor do próximo.

2 – Ação intra-UMP: A mocidade precisa ser um ponto de encontro, um lugar onde há a confluência de nossas experiências de vida. Queremos ser um grupo onde as pessoas se sintam acolhidas e aceitas. É preciso fazer com que os jovens venham naturalmente para nossos encontros, e isso, pelo simples gosto de estar perto. Precisamos estar dispostos a suprir as necessidades do outro, que muitas vezes se revelam como carências afetivas, espirituais e relacionais. É necessário enxergar Jesus no jovem que vem até nós. Só nos engajamos quando nos sentimos parte!

3 – Ação na sociedade: Nossa mocidade precisa enxergar o mundo na ótica de Deus. No dia do Grande Julgamento Jesus virá em sua glória, com seus anjos e se assentará sobre o seu trono. Contrariando os costumes reais de nosso mundo, seus olhos não estarão sobre os nobres de plantão. Sua atenção estará voltada, como sempre esteve, para aqueles que são considerados os esfarrapados desse mundo, os que passam fome, os que são peregrinos, os doentes, os encarcerados... Ele será a voz daqueles que nunca tiveram vez! E esse deve ser o nosso papel enquanto jovens que estão no mundo. Nossa ação enquanto Igreja deve fazer sentido aqui e agora.

A nossa inconformação com esse mundo e com o tipo de cristianismo equivocado que nos molda deve ir de encontro às atitudes de transformação que todos nós desejamos. A transformação da realidade acontece quando o pão alimenta o faminto, quando a água mata a sede do sedento, quando há acolhimento e um sorriso de seja bem vindo em nosso rosto e coração. A transformação acontece também quando nossa presença é o suficiente para curar o doente da alma ou para ser companhia daqueles que estão em celas, cujas paredes são feitas de solidão e desesperança. A igreja local não é o campo propriamente dito, antes, é o ponto de partida do amor concreto de Deus. Nós, jovens, somos os agentes desse amor, fortes, como os braços de um pai que acolhe seus filhos! Amém!


josé reinaldo

presidente eleito ump primeirona