Tragédia no entorno
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Foram preciso 100 dias, intensas buscas, períodos de
incertezas e aflições, para que a família de seis adolescentes
e a sociedade tivessem uma resposta sobre o paradero dos
corpos que desde o ano passado permaneciam na incógnita.
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É imensurável a dor que essas famílias passsaram, o
desaparecimento de uma pessoa gera um misto de
perda e esperança, que só acaba com o fim das buscas,
a grande maioria das vezes, com notícias negativas.
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O pedreiro Admar Jesus Silva, 40 anos, que já cumpriu
pena por pedofilia por 12 anos, foi acusado e réu confesso
da morte dos jovens, e nesse domingo, 11 mostrou à polícia
o local em que estavam os corpos, próximo a Luziânia,
cidade onde moravam os jovens, e bem perto deles Admar.
Era tido como um vizinho discreto, educado, e agora
aponta-se ser um serial killer que interrompeu a vida
desses jovens.
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O pedreiro aliciava os jovens com propostas de trabalho,
e abusava sexualmente deles e os matava. A sedução pelo
dinheiro vinha de encontro com a realidade sócio-econômicas
de jovens no entorno de Brasília, alguns foram impedidos
pela família de aceitar o convite de Admar, e tiveram suas
vidas poupadas.
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A política carcerária no Brasil tem falhas que todos
conhecem, mas as etapas de reintegração na sociedade
voltam em pauta após vermos re-educandos saírem da
cadeia e voltarem ao crime com tudo, até mesmo quando
recebem indultos de feriado, e aproveitam para voltarem
às práticas que os levaram àquela condição.
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O acusado foi solto quando tinha a recomendação
psíquica de acompanhamento, mas como na maioria
das vezes a lei não restringe em nada a vítima após
cumprir a pena, voltamos a casos trágicos como esse.
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A sociedade na maioria das vezes condena os culpados
com mais desejo de vingança que de justiça, constantemente
influenciadas pela mídia. A comoção pública leva a
medidas extremas, como manifestações de lixamento,
de se resolver na violência o que já foi consumado pela
própria violência.
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Paullo Di Castro – Colaborador
http://www.lovesa.com.br/?p=3342
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